domingo, 20 de março de 2011

CANTIGA DE UM ANJO QUE VOLTOU PARA CASA



Embora o tempo nos separe
sei que pensas em mim
como penso em ti
nos momentos alegres e triviais

Passeai à sombra suave
das árvores do centro do bosque
Buscai o luar nas trêmulas águas
dos lagos apagadíssimo

Recordai da transfiguração que eu possuía
quando meus lábios quentes
sugavam tua boca.
Recordai as carícias de minhas mãos másculas
sobre a fragilidade do teu corpo
trêmula rosa de amor.

Recordando tu me encontrarás
em todas as brisas
e me sentirás no pulsar do teu sangue
sobrevivendo-me então ao abandono
com forças suficientes, para retornar-me
do esquecimento que a morte trará ao corpo meu.

(sspóvoa Poemas experimentais)

Sebastião Spínula Póvoa

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